Tóquio em um clima sombrio
Desde que chegamos em Tóquio, no dia 15/03, já devemos ter presenciado em torno de uma dúzia de terremotos. Na última quarta-feira, fomos despertados pela manhã, logo cedo, com um alerta de novo tsunami, avisado por sirenes de emergência.
Imediatamente após a chegada, fomos recebidos por Hiromichi Ohno, o nosso oficial de ligação para Desastres no Japão. Hiromichi tem sido de valor inestimável, aconselhando-nos com todas as informações necessárias, desde o esclarecimento aos imigrantes na chegada até a organização de reuniões com os funcionários de vários ministros do governo.
Estamos trabalhando com as nossas afiliadas, como a Japanese Animal Welfare Society (JAWS), procurando maneiras de ajudá-los a entrar em áreas restritas e auxiliando as pessoas que têm animais a levá-los para abrigos seguros (se isso tiver sido autorizado). A situação ainda é muito grave, não só devido à bem noticiada ameaça nuclear em curso, mas à situação, ainda sem desfecho, do que aconteceu a todas as pessoas “desaparecidas” e seus animais.
Como já dissemos antes, os desastres são diferentes uns dos outros e, neste momento, estamos cuidando de três desastres ao mesmo tempo. O Japão é conhecido por seu preparo para situações de terremoto. Ainda assim, uma fonte afirmou que o terremoto pode ter sido responsável pela morte de uma centena de pessoas.
No entanto, foi o terremoto que danificou as proteções para o tsunami, dando-o um impacto muito maior e matando dezenas de milhares de pessoas. No momento, os meios de comunicação estão se concentrando na ameaça nuclear que, até agora, não foi relatada como a responsável pela morte de um animal sequer. Porém, a ameaça tem dificultado muito o acesso à zona afetada e essa situação pode perdurar até que o resgate dos animais nessas áreas deixe de ser uma apenas uma opção.